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Meu Boi... Nosso Patrimônio Cultural


NOSSO OBJETIVO É PESQUISAR, DIVULGAR E ORGANIZAR AÇÕES DO FOLQUEDO DO BOI DE REIS NO RIO GRANDE DO NORTE. BUSCANDO NESSES GRUPOS A SUA ORIGINALIDADE E CONTINUIDADE. O BOI DE REIS NO RN DEVE SER INVESTIGADO, INSTIGADO, RECONHECIDO E INCENTIVADO POR TODO O BRASIL COMO TRADIÇÃO NACIONAL.


Minha Santa Madalena, virgem dos cabelos loiros...

Minha Santa me ajude na massa do pão criolo...

Ai Juvelina, que é seu Juvenal

É hora de tirar leite meu garrote quer mamá

Balança que pesa ouro num pesa todo metal

A moça chupa laranja de baixo do laranjal...


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Matas dificuldades e curiosidades

Povoado de Matas (Boi de Reis de Matas)

Ceará-Mirim é um município brasileiro do Estado do Rio Grande do Norte, localizado na Região Metropolitana de Natal, na microrregião de Macaíba, na mesorregião do Leste Potiguar e no Polo Costa das Dunas. De acordo com o censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano 2008, sua população é de 67.416 habitantes. Área territorial de 740 km². Localizado a 31 km da capital do estado, Natal.

A comunidade de Matas, onde a sua maioria vive da agricultura de subsistência, da criação de animais para o próprio consumo e alguns possuem comércio. Muitos jovens trabalham em Natal e só vêm para casa no final de semana, o álcool também é muito presente nessa comunidade. Observamos os mais velhos com maior inclinação para o álcool. A maioria dos Jovens gosta de jogar futebol no campo no final de semana, e participa de grupos de jovens ligados a igreja.


A igreja fica localizada no assentamento São José do Pedregulho. A comunidade de Pedregulho antes era uma fazenda e passou a ser assentamento de sem-terra junto com moradores de Mineiros, outra comunidade próxima. O padroeiro da Igreja é São José, grande parte dos jovens participa da novena e das barracas em festas para arrecadar fundos para a igreja que se encontra inacabada.

Hoje o grupo de Boi de Reis de Matas conta com o Mestre Luiz Chico, o antigo Mateus, que assumiu o lugar do já falecido Mestre João de Souza já contando 10 anos que o mestre morreu.


Seu Luiz Chico, Mestre do Boi de Reis, tem 73 anos e, é casado com Dona Antônia.Os dois são aposentados, tem cinco filhos, dois brincam no Boi de Reis. Brinca no Boi desde os 12 anos e, a mais de 30 anos fazia o Mateus antes de virar Mestre.

Encontramos apenas três figuras, a burrinha, o Jaraguá e o boi, esse último já um pouco descaracterizado, o pano do boi era feito de chitão e na parte de cima do boi era coberto com um tecido floral mais com tonalidade escura, e nas suas laterais o Mestre Luiz Chico enfeitou com CD`s, com a parte prateada para fora, mas essa mudança partiu dele.

A composição da sua orquestra é formada por um violonista e um pandeirista, perguntei a seu Luiz sobre essa formação, ele disse que o rabequeiro faleceu há dez anos, era difícil encontrar outro, desde então eles eram acompanhados por um violão, fiquei curiosa e perguntei por que eles não usavam o triangulo, sendo um instrumento muito característico dos ritmos nordestinos e que também são encontrados no Boi de Reis, ele falou que não tinha o triangulo por isso não usava. O ritmo do Boi de Reis acompanhado por um violão, de fato, muda a sonoridade e a cadência, fica mais lento, e com seu Jurandir (tocador do Boi de Reis de Matas), ele dar um caráter de seresta, por isso fica bem arrastado, influenciando na dança que acaba tendo o mesmo andamento. Nesse Boi não encontramos a figura do Mateus, Birico nem Catirina, então é um boi que perdeu toda sua parte cênica dos mascarados, segundo seu Luiz isso se deu porque ele que fazia o Mateus e quando o mestre dele faleceu, ele assumiu a maruja, e as pessoas que faziam as outras figuras não continuaram, segundo ele não é todo mundo que sabe brincar de cara pintada. Outro fator que ajudou para que que a parte dramática do boi desaparecesse completamente foram as apresentações curtas onde não dava tempo de mostrar tudo ficando ressumindo o Auto Popular a pouco menos que meia hora de apresentação isso não só esta acontecendo especificamente em Matas mas em todos os Grupos de Boi de Reis umas descaracterização não voluntária partindo da péssima política pública da nossa cultura.



Bianca Maggi.
João Lins de Oliveira Filho.

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