Aboio
Aboio - Boi Chuvisco de Buracos - São José do Mipibu
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Aboio é um canto típico do Nordeste brasileiro, comum também no interior de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Consiste em um canto sem palavras cantado pelos vaqueiros quando conduzem o gado pelas pastagens ou para o curral.
Características
É um canto vagaroso, no ritmo do movimento dos animais, que termina incitando a boiada de forma não cantada: ei boi! boi surubim!, ei lá, boizinho!.
O aboio em versos é uma modalidade de aboio que consiste em versos de temas agropastoris, de origem moura, trazidos pelos escravos portugueses da Ilha da Madeira.
Mário de Andrade define o aboio como “um canto melancólico com que os sertanejos do Nordeste ajudam a marcha das boiadas. É antes uma vocalização oscilante entre as vogais A e Ô. A expressão de impulso final “Oh dá!” também muda para “Êh, boi!”. (M. Andrade, As Melodias do Boi, 1987, p. 54).
Aboio
Lúcia Gaspar Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco O aboio típico no Nordeste do Brasil é um canto sem palavras, entoado pelos vaqueiros quando conduzem o gado para os currais ou no trabalho de guiar a boiada para a pastagem. É um canto ou toada um tanto dolente, uma melodia lenta, bem adaptada ao andar vagaroso dos animais, finalizado sempre por uma frase de incitamento à boiada: ei boi! boi surubim!, ei lá, boizinho! Esteja atrás (no coice) ou adiante da boiada (na guia) o vaqueiro sugestiona o gado que segue, tranqüilo, ouvindo o canto. No sertão do Brasil é sempre um canto individual, entoado livremente, sem letras, frases ou versos a não ser o incitamento final que é falado e não cantado. Os que se destacam na sua execução são apontados como bons no aboio. Existe também o aboio cantado ou aboio em versos que são poemas de temas agropastoris, de origem moura e que chegou ao Brasil, possivelmente, através dos escravos mouros da ilha da Madeira, em Portugal, país onde existe esse tipo de aboio. Segundo Luís da Câmara Cascudo, o vocábulo aboio é de origem brasileira, sendo levado para Portugal, uma vez que lá aboio significava pôr uma bóia em alguma coisa. O aboio não é divertimento é uma coisa séria, muito antiga e respeitada pelo homem do sertão. Pode aboiar-se no mato, para orientar os companheiros dispersos durante as pegas de gado, sentado na porteira do curral olhando o gado entrar e guiando a boiada nas estradas. Serve para o gado solto no campo, assim como para o gado curraleiro e até para as vacas de leite, mas em menor escala, porque nesse caso não é executado por um vaqueiro que se preze e tenha vergonha nas ventas. O escritor José de Alencar, no seu livro O sertanejo, diz do ritual do aboio: Não se distinguem palavras na canção do boiadeiro; nem ele as articula, pois fala do seu gado, com essa linguagem do coração que enternece os animais e os cativa. Recife, 13 de junho de 2003. (Atualizado em 20 de agosto de 2009). FONTES CONSULTADAS: CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, [19--?]. NICÉAS, Alcides. Aboio: um ritual agreste. Recife: Fundaj, Inpso, Centro de Estudos Folclóricos, 1979. (Folclore, n.93). COMO CITAR ESTE TEXTO: Fonte: GASPAR, Lúcia. Aboio. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: |
Nenhum comentário:
Postar um comentário