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Meu Boi... Nosso Patrimônio Cultural


NOSSO OBJETIVO É PESQUISAR, DIVULGAR E ORGANIZAR AÇÕES DO FOLQUEDO DO BOI DE REIS NO RIO GRANDE DO NORTE. BUSCANDO NESSES GRUPOS A SUA ORIGINALIDADE E CONTINUIDADE. O BOI DE REIS NO RN DEVE SER INVESTIGADO, INSTIGADO, RECONHECIDO E INCENTIVADO POR TODO O BRASIL COMO TRADIÇÃO NACIONAL.


Minha Santa Madalena, virgem dos cabelos loiros...

Minha Santa me ajude na massa do pão criolo...

Ai Juvelina, que é seu Juvenal

É hora de tirar leite meu garrote quer mamá

Balança que pesa ouro num pesa todo metal

A moça chupa laranja de baixo do laranjal...


quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Burrinha

A burrinha

                  (Mestre Elpídio)



  Se "el uso corriente y la tradición constituyen la prueba suprema de las matérias folklóricas", segundo nos afiança o folclorista norte americano Ralph Steele Boggs ("El Folklore, definicion, ciencia y arte", em Revista Venezolana de Folklore, I, 947) — é claro que não se pode negar a evidente feição folclórica que há no Carnaval. Mas no carnaval encarado como festejo tradicional do nosso povo, com a sua mascarada, suas batalhas de confete, seus ranchos e préstitos, seus bailes populares. Tudo que se repete anualmente na folia momesca, tudo que já se incorporou ao patrimônio tradicional do povo faz parte integrante do folclore. Também deste participam — como objetos, instrumentos e pertences — as máscaras grotescas de papelão, os estandartes pintados ou bordados, as flechas, tangas e cocares de índios, os colares e pulseiras de contas ou conchas, os chocalhos de folha de flandres ou de "chambinhas", os reco-recos, os pandeiros, os caxambus, congos e puítas — tudo feito e preparado — sabe Deus com que carinho — pelas mãos rudes ou habilidosas dos foliões anônimos.
Participa, igualmente, do folclore, no carnaval de rua, a interessante figura da burrinha, personagem desgarrada, com certeza, de algum auto popular do bumba-meu-boi.
De fato, essa burrinha saltitante e brejeira, deve de ser parente do cavalo-marinho, que figura em qualquer destes velhos folguedos do boi: o bumba-meu-boi do Nordeste, o boi de mamão de Santa Catarina, ou o rei de boi capixaba, de São Mateus e Conceição da Barra.
A burrinha carnavalesca é preparada pelo mesmo processo por que se faz o cavalo-marinho: a cabeça é de pau ou papelão grosso, e representa a cara do animal, com orelhas e crina, os olhos, as ventas e a boca pintada etc. A armação do corpo é, em regra, de madeira, forrada com panos vistosos e compridos; na parte traseira — o rabicho.
O cavaleiro "veste" essa armação, e, puxando as rédeas presas à boca do "bicho", movimenta-o, à vontade, em trotes ou galopes, com os próprios pés a fingirem de pata, e mal aparecendo sob a cobertura de pano. Está-se a ver que, nestas condições, a burrinha tem apenas dois pés. Às vezes, para melhor dar a impressão da montaria, cosem-se-lhe duas pernas recheadas de pano, uma de cada lado do "selim", fingindo pernas e botas do "peão".
A burrinha é figura tradicional no carnaval capixaba nas ruas de Vitória. Junta-se, de logo, a grupos ou cordões musicais, e vai à frente, orgulhosa e pimpona a dar saltos e corridas, atropelando tonta a gurizada.


(Folclore. Vitória, janeiro-fevereiro de 1950, nº 5)
http://www.jangadabrasil.com.br/revista/janeiro62/fe62001a.asp  

terça-feira, 19 de julho de 2011

Dança Burrinha

Dança Burrinha
     

    








Aparece em alguns grupos de bumba-meu-boi, trata-se de um cavalinho ou burrinho pequeno, com um furo no centro por onde entra o brincante, a burrinha fia pendurada nos ombros dele por tiras similares à suspensório. / Miolo do Boi- O boi, figura central do auto, geralmente é feito com uma armação de cipó coberta de chita, grande o bastante para que um homem a vista. A cabeça que pode ser feita de papelão ou com a própria caveira do animal. "Escondido sob a armação de madeira de buriti e do couro primorosamente bordado com miçangas, lantejoulas, contas, pedras e paetês, há um homem comum. É ele - o miolo - quem dá vida e graça ao boi. É quem dança, gira, faz peripécias, move-se com incrível leveza, foge, esquiva-se, brilha, atrai olhares como um ímã. Na pele do boi estão pedreiros, estivadores, mecânicos, serventes, carroceiros movidos a cachaça, conhaque e até a guaraná Jesus, o refrigerante cor-de-rosa típico do Maranhão."

http://tianastaciafolclore.blogspot.com/2011/05/danca-burrinha.html

Burrinha

A burrinha é uma dança dramática ou folguedo comemorativo do dia de Reis, encontrado na Bahia: um dançarino com um balaio coberto de panos bem amarrado à cintura, simulava um homem cavalgando uma burrinha, cuja cabeça de folha-de-flandres completava o efeito desejado.
A burrinha saía às ruas para tirar reis, dançando ao som de chulas, acompanhada por um grupo e uma orquestra de viola, ganzá e pandeiro. O divertimento assemelhava-se ao dos ternos; a diferença estava apenas na presença da burrinha dançando e nas chulas.

Também em vários outros Estados o rancho da burrinha tirava reis no dia 6 de janeiro. O reisado convergiu para o bumba-meu-boi, dançado ao som das suas cantigas peculiares.




Segundo o site "Visite a Bahia", a burrinha consiste em um indivíduo mascarado, fantasiado de burrinho, que traz na cabeça folhas de flandres. A música se compõe de viola, ganzá e pandeiro. O divertimento assemelhava-se aos ternos; a diferença estava, apenas, na presença da burrinha dançando, e nas chulas. O rancho da burrinha, que tirava “reis” no dia 6 de janeiro, convergiu, em outras regiões, para o bumba-meu-boi, onde aparece, dançando, ao som das cantigas.

Participa, igualmente, do folclore, no carnaval de rua, a interessante figura da burrinha, personagem desgarrada, com certeza, de algum auto popular do bumba-meu-boi.

De fato, essa burrinha saltitante e brejeira, deve de ser parente do cavalo-marinho, que figura em qualquer destes velhos folguedos do boi: o bumba-meu-boi do Nordeste, o boi de mamão de Santa Catarina, ou o rei de boi capixaba, de São Mateus e Conceição da Barra.

A burrinha carnavalesca é preparada pelo mesmo processo por que se faz o cavalo-marinho: a cabeça é de pau ou papelão grosso, e representa a cara do animal, com orelhas e crina, os olhos, as ventas e a boca pintada etc. A armação do corpo é, em regra, de madeira, forrada com panos vistosos e compridos; na parte traseira — o rabicho.

O cavaleiro "veste" essa armação, e, puxando as rédeas presas à boca do "bicho", movimenta-o, à vontade, em trotes ou galopes, com os próprios pés a fingirem de pata, e mal aparecendo sob a cobertura de pano. Está-se a ver que, nestas condições, a burrinha tem apenas dois pés. Às vezes, para melhor dar a impressão da montaria, cosem-se-lhe duas pernas recheadas de pano, uma de cada lado do "selim", fingindo pernas e botas do "peão".

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; VisiteaBahia.com.br - Atrações - Burrinha.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Brasil na Africa: trecho a Burrinha

A cultura brasileira encontra-se, ainda hoje, presente em terras africanas através de festas populares como o carnaval e o bumba-meu-boi. Celebradas frequentemente em ocasiões e épocas diferentes das do Brasil, essas festas contribuem, no entanto, para manter vivas tradições ameaçadas pelo passar dos anos.
A mais importante dessas festas é sem dúvida a da burrinha, reprodução africanizada do folgedo popular brasileiro, que tem raízes comuns com o bumba-meu-boi. Luís da Câmara Cascudo, em seu "Dicionário do Folclore Brasileiro", afirma que a burrinha nasceu na Bahia, no final do século XVIII. O bumba-meu-boi, espetáculo mais rico e elaborado, teria se originado nas grandes plantações de cana-de-açucar e se espalhado por todo o país. Ambas as festas são celebradas por ocasião da Epifania, no início de janeiro.
Jacques Chirac em primeiro plano, com Mammywatta e a bandeira brasileira ao fundo
Na África, a festa sofreu alterações, decorrentes do tempo, sendo a principal delas a introdução de personagens de inspiração local na encenação e a celebração em datas diferentes. No Benin, por exemplo, a "bourian", como é chamada, é apresentada, em geral, por ocasião das festas de Nosso Senhor do Bonfim, no terceiro domingo do mês de janeiro. O caráter crescentemente profano da festa, que já não é mais associada à Epifania, e visa, basicamente, a divertir os assistentes, fez com que se tornasse muito popular entre beninenses. Numerosos grupos profissionais de "bourian" foram criados nos últimos anos, em concorrência direta aos grupos originais, integrados por "brasileiros" - o mais tradicional deles, a "Association des Ressortissants Brésiliens", de Porto-Novo, surgiu como irmandade religiosa, com o nome de “Irmandade Bom Jesus do Bonfim de Porto Novo”, e foi durante muitos anos dirigido por Casimiro e Marcelino d'Almeida. Seus atuais diretores são os irmãos Jean e Augustin Amaral. É comum hoje a encenação da "bourian" em casamentos, batizados e como atração em hotéis.
Em Lagos, o "boi" ainda é parte da tradição religiosa de 6 de janeiro, embora a encenação possa também, a pedido, ser apresentada em outras datas, como o ano novo e a páscoa.
A burrinha dança ao lado da bandeira do Brasil (Porto-Novo)
As encenações da burrinha envolvem a participação de numerosos personagens, muitos dos quais, como a própria burrinha, montada por cavaleiro mascarado (no Benin, a máscara às vezes representa políticos franceses, como Jacques Chirac ou François Mitterrand), ou o boi, vêm do Brasil. Outros personagens são de inspiração africana, como o elefante, a ema, o leão, o sapo, os enormes bonecos Ioiô (ou Papa Giganta) e Iaiá (ou Maman Giganta), que lembram personagens do carnaval de Olinda, ou ainda, no caso do Benin, Mammywatta, personagem que representaria a deusa do mar.
Os personagens entram na dança uns após os outros, e são saudados com canções onde se mistura o português, o nagô, o fon e o gum. Em 1953, Pierre Verger repertoriou 50 dessas canções em revista do Institut Français d'Afrique Noire, ainda em seu português de origem. Algumas delas foram, em seguida, reproduzidas nos livros de Zora Seljan (1962), Manuela Carneiro da Cunha (1985) e Milton Guran (1999), o que permitiu sua sobrevivência ao tempo. Em Lagos e no Benin, onde essas publicações pouco circularam, as canções são preservadas na memória dos animadores da burrinha, que as passam a seus sucessores. Naturalmente, com o passar do tempo, a letra original vai dando lugar a variações que prejudicam o seu entendimento.
O personagem "Ioiô" persegue crianças em Porto-Novo
Assim, quarenta anos atrás, Zora Seljan escutava Casimiro d'Almeida cantar: "Cavalaria Pernambucana; republicana; viva a crioula; dona Romana; que é baiana". A mesma canção, entoada décadas depois dor Jean Amaral, sucessor de Casimiro, dizia: "Cavalaria; bravo cavalaria; Cavalaria pernambucana; republicana; viva a crioula; cavalaria pernambucana; republicana; dona Tereza; é da baiana" (segundo Guran).
Umas poucas canções mantiveram-se intactas na memória dos que, ainda hoje, se comprazem em cantá-las por saudosismo. Em janeiro de 2000, Nestor Carrena, do alto de seus 86 anos, recordava a modinha que aprendera da mãe, na dácada de 1930: "Minha mãe quero me casar; minha filha diga com quem; se casa com cachaceiro; minha filha não casa bem" (a canção é reproduzida, com ligeira variação, por Manuela Carneiro da Cunha, em "Negros Estrangeiros"). Em compasso mais acelerado (de samba, segundo Jean Amaral), a mesma canção integra o repertório da "bourian", em Porto-Novo.

fonte:
http://www2.mre.gov.br/cartafrica/brasilfolclore.html

terça-feira, 5 de julho de 2011

Cavalo marinho (folguedo)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    
O Cavalo Marinho é um folguedo folclórico brasileiro típico da Zona da Mata Setentrional de Pernambuco e agreste da Paraíba. Consiste em uma variação do bumba-meu-boi e faz parte do ciclo de festejos natalinos, prestando uma homenagem aos Reis Magos.

 O folguedo

Segundo pesquisadores, o Cavalo Marinho seria um tipo de versão brasileira da commedia dell'arte. O folguedo é um auto que reúne teatro, música e dança e poesia (loas). É encenado durante uma noite inteira. O "banco" é o grupo de músicos que toca sentado, executando instrumentos como a rabeca, o pandeiro o reco-reco e o ganzá. A encenação é executada em uma roda, tradicionalmente composta por homens. Atualmente as mulheres também participam da brincadeira.
São mais de 70 personagens, que podem ser humanos, animais e fantásticos. O auto consta de 63 atos. O Capitão Marinho é quem comanda a cena: é ele quem oference um baile aos Reis Magos. Para isto, contrata dois negros, Mateus e Bastião, personagens cômicos, para tomarem conta do terreiro. Os dois negros são amigos e dividem a mesma mulher, Catirina. No terreiro, os negros passam a se dizer donos do lugar. Então o capitão chama o Guarda da Gurita. Quando a situação é normalizada, surge o Empata Samba interrompendo a festa. Outros personagens de destaque são Ambrósio, Valentão, Matuto da Goma, Mané Joaquim, Véia do Bambu. Há também o Caboclo de Arubá, que é uma entidade sobrenatural que canta todas as linhas de Jurema. Quando entra Mané do Baile, inicia-se o baile, ponto alto da noite. As danças são diversas como maguião, São Gonçalo e coco. O boi surge pela manhã e é dividido entre os participantes.
O auto expressa as condições sociais dos engenhos: o Capitão Marinho representa o senhor do engenho; os negros, os escravos ou trabalhadores; os galantes e damas são as elites que vêm para a festa; o soldado é o representante da lei; o boi é um elemento constante para o homem do campo.

Fontes